AS MARCAS DO CRISTÃO
Gálatas 6:17
Hoje existe muita confusão no meio evangélico sobre que igreja é autenticamente cristã e bíblica. Há igreja para todos os gostos: tradicional, pentecostal, neo-pentecostal. Cada uma com seu conjunto de crenças e práticas que as caracterizam e as fazem diferentes das outras. Infelizmente cada grupo se anuncia como o único biblicamente correto, trazendo confusão na cabeça dos não cristãos, favorecendo-lhes a crítica de que o povo evangélico é um povo desunido.
Esta igreja completou 88 anos de existência, portanto, é uma igreja que tem uma história. É uma igreja que nunca se dividiu, cujos pastores ao longo de sua história mantiveram os olhos focados na Palavra de Deus, apresentando-a como regra de fé e prática. Tudo que cremos e ensinamos tem que estar coerente com a Palavra de Deus. A nossa prática, isto é, o nosso comportamento, deve ser caracterizado pela santidade. Muitos ventos de doutrina e ondas teológicas já passaram pelas igrejas, prejudicando a muitas, mas Deus tem preservado a nossa igreja firme.
Não queremos, no entanto, cair no erro da Igreja em Éfeso, que, no final do 1º século, foi uma igreja elogiada por Jesus pela sua firmeza doutrinária, mas que esquecera o principal, que era o amor.
A igreja é formada por homens e mulheres, salvos pela graça de Deus manifestada em Jesus Cristo, que, em obediência à Palavra, são batizados e andam em amor. Queremos aqui verificar quais são as marcas mais importantes que evidenciam que somos cristãos.

1. A Salvação. Jesus Cristo veio ao mundo para nos salvar do poder do pecado. Poder para condenar o homem ao inferno e poder para escravizá-lo. A salvação é a libertação desta condenação e desta escravidão. E ela só pode ser alcançada através da fé na pessoa de Jesus Cristo. “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa” (Atos 16:31). “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:12). Só Cristo salva. Ser cristão, portanto é ser salvo, é ser filho de Deus. E se somos filhos de Deus, precisamos andar em comunhão com o Pai. E fazemos isto através da oração e da leitura da Sua palavra. O Diabo sabe disso e por isso ele procura nos impedir, por todos os meios, de nos alimentarmos espiritualmente. Dá preguiça de orar, distrai nossa atenção quando vamos ler a Bíblia, dá preguiça de ir à igreja, cria novas prioridades para não participarmos da Escola Bíblica e outras artimanhas que visam esfriar a nossa fé e nos afastar do Senhor.
Uma das qualidades necessárias para uma caminhada cristã vitoriosa é a perseverança. É prosseguir apesar das dificuldades, das críticas, das tribulações que possam surgir, entendendo que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.

2. Mudança de vida ou santidade. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo” (I Coríntios 5:17). Este é o maior milagre de Deus nos homens: a mudança interior que ocorre nos pensamentos, na linguagem, no agir. A 1ª marca só quem pode afirmar que tem é quem passa por ela, mas a segunda evidencia a primeira, porque não pode haver
transformação sem conversão a Cristo. O apóstolo Pedro nos exorta dizendo: “Como é santo aquele nos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento” (I Pedro 1:15). Para que o nosso procedimento seja santo, temos que ter pensamentos santos. Na carta aos Colossenses Paulo recomenda (3:1-3 na versão da Linguagem de Hoje): “Voces foram ressuscitados com Cristo. Portanto, ponham o seu interesse nas coisas que são do céu, onde Cristo está sentado ao lado direito de Deus. Pensem nas coisas que são lá do alto e não nas que são aqui da terra. Porque voces já morreram, e a vida de voces está escondida com Cristo, que está unido com Deus”.
Quando nos convertemos trazemos uma bagagem em nossa mente que precisa ser transformada. Antes a nossa mente era do mundo, pensávamos e agíamos como o mundo age e isto era natural, pois não tínhamos não éramos nascidos de novo. Por isso a Bíblia nos alerta em I João 2:15-17, para não amarmos o mundo. A necessidade de pensarmos como um cristão deve pensar também nos é ensinada em Romanos 12:1-2. Isto é possível ao verdadeiro cristão porque quando nos convertemos recebemos a mente de Cristo, para pensar o que lhe agrada: I Coríntios 2;14-16.
Não faz muito tempo falei aqui sobre a nossa posição, como pastores, sobre certas práticas mundanas que tentam a nossa juventude e, talvez, também, a alguns adultos. Uma delas é gostar de ouvir música do mundo. Quando a gente quer fazer alguma coisa errada, procura se justificar apontando outras pessoas que fazem a mesma coisa. Mas a Bíblia diz que cada um de nós prestará contas a Deus pelos próprios erros. A hinódia evangélica é riquíssima tanto em letra como em lindas músicas. E muitos cristãos estão bebendo de água poluída que não faz bem á sua alma e nem agrada a Deus, além de servir de escândalo para os mais novos. Diz a Bíblia em I Coríntios 10 31 e 32: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a Glória de Deus. Não vos torneis causa de tropeço, nem para os judeus, nem para os gentios, nem tampouco para a igreja de Deus”.
Volto a dizer que se algum irmão promover alguma festa seja de aniversário ou de casamento e for tocar música do mundo, ou servir bebida alcoólica não me convide e a nenhum dos pastores da igreja. Em festa de cristão o convidado mais importante é Jesus Cristo, e se o que acontece ali não o agrada e Ele não pode estar eu também não posso.
Para que o cristão tenha uma vida vitoriosa ele precisa ser sempre cheio do Espírito Santo. E aqui quero afirmar aquilo que nós cremos e sempre ensinamos nesta igreja. Faço isto a propósito da repercussão que teve a visita de dois irmãos coreanos em algumas igrejas e lares de nossa cidade. O ensino desses irmãos é claramente pentecostal e eles ensinaram aquilo que eles crêem. Não os trouxe à nossa igreja por discordar de certos conceitos por eles expressos. Afirmaram eles que o crente só recebe o Espírito santo quando é batizado no Espírito Santo e fala línguas estranhas.
Nós cremos que quando o homem se converte recebe o Espírito santo e é por ele batizado. I Coríntios 12:13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito”. Os versículos seguintes nos mostram
que todos temos o Espírito Santo em nós ao nos convertermos. Em Romanos 5:5 lemos: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi outorgado”. Escrevendo aos Coríntios Paulo doutrina I Coríntios 3:16 e 17: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
I Coríntios 6:19. ”Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”
O fato de você possuir o Espírito Santo, no entanto, não é o suficiente para uma vida vitoriosa. Quantos crentes que teem caído na sua caminhada. O crente precisa ser cheio do Espírito Santo. Experimentar aquilo que a Bíblia chama de enchimento do Espírito Santo e a evidencia disto não é o falar em línguas (você pode até falar), mas uma vida de santidade disponível a fazer a vontade de Deus e testemunhar do amor de Cristo a todos.
Quanto aos dons espirituais nós cremos na sua atualidade, conforme descreve o Apóstolo Paulo em I Coríntios 12:7-11. Deus dá os dons a quem Ele quer. Hoje vemos que a grande aspiração de muitos crentes é o falar em línguas estranhas. Paulo exorta a igreja a ter cuidado com esta preocupação em I Coríntios 14:1-6. A igreja em Corinto parece que possuía todos os dons mas era cheia de problemas e pecados, por isso no final do capítulo em que ele doutrina sobre os dons ele diz: (I Coríntios 12;31) “Entretanto procurai , com zelo, os melhores dons. E eu passo a mostrar-vos um caminho sobremodo excelente”. É o caminho do amor. E esta é a 3ª marca que deve caracterizar o cristão verdadeiro.

3. O Amor. Jesus disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35). Temos aprendido que o amor é mais do que um sentimento, é uma decisão, um ato da vontade. Este amor, o amor ágape, nos foi dado por Deus quando nos convertemos e recebemos o Espírito Santo. Quanto mais nos aproximamos de Cristo mais este amor invade o nosso coração e podemos transmitir aos que nos cercam. Isto começa na família, mas todos que nos cercam, até os nossos inimigos, são beneficiados por este amor. Como diz Paulo em Coríntios 13: ele é perdoador, é paciente, não é ciumento, não retribui o mal com o mal, ninguém fala mal de ninguém, não tem preconceitos, mas ama a todos. Leiamos este capítulo 13.
Estar cheio de amor é evidencia de que você está cheio do Espírito Santo.
Não quero que esta igreja seja conhecida por ser uma igreja tradicional ou por ter um templo bonito (o futuro templo), mas porque nela predomina o amor.
“Meus filhinhos o nosso amor não deve ser somente de palavras e conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ação” (I João 3:18 Nova Versão na Linguagem de Hoje).